10.5.06

Apelo abstrato.

Palavras são meras convenções humanas. Temos então todo o direito de aplicá-las como bem quisermos. Com ou sem sentido, com ou sem propósito, para machucar ou alegrar, para ludibriar ou enaltecer, etc. Cada substantivo abstrato, mil sentidos, centenas de convenções, inúmeras sensações, infinitas possibilidades.
Existe palavra que mais assume papéis diferentes do que a de todos favorita, aquela de quatro simples letras, amor? Acredito que não. Afinal nós, humanos cheios de receptores nervosos, sedentos de amor verdadeiro, a usamos e a abusamos com freqüência. Nós a utilizamos sem cautela como munição, mesmo que mirando em alvos errados, a fim de que o sentido convencional desse simples substantivo se transforme em algo mais, em um sentimento real e honesto. Mas é tão difícil. Afinal é um sentimento tão complexo, tão cheio de sentidos alternados e instáveis.
Por meio destas poucas palavras expostas numa tela sem vida, venho na verdade fazer um apelo. Não vamos subestimar a força dessa pequena colega de construção bela, dessa palavra quase sempre insensata, mas sempre bem-vinda. Vamos usar, abusar, falar que amamos, mas apenas se de forma intensa, sincera, um pouco irresponsável e quase nada individualista. Que é o jeito certo de amar, mesmo que breve.

2 comentários:

Anônimo disse...

amor é paz.

Anônimo disse...

a gente usa amor tanto quanto usa coisa.
mas é pq amor.. é uma coisa!