27.7.11

Atenção, amor, cuidado.

Bem que ele dizia: "viver é muito perigoso".

Eu acho lindo esse jeito do Rosa de falar, mas custei a entender a dimensão desse breve dizer. Acabei aprendendo na marra mesmo.

Algumas palavras minhas machucaram profundamente alguém a quem eu quero muito bem. Fui a grande responsável por abrir uma ferida que tem custado a sarar. Errei, desapontei, dancei. Não fui tão atenta quanto deveria, tratei como trivial coisas que eram, na verdade, das mais importantes. Aqui, nem importa como ou porquê, não tem explicação ou detalhe que chegue. Todo dia, faço torcida para que o tempo seja generoso e não deixe uma cicatriz muito feia no que antes era promessa de uma bonita amizade.

Repito: "viver é muito perigoso". É preciso muito cuidado, sempre. Sentimento é coisa delicada e perder alguém é uma dor aguda, do tipo que o olho vê e o corpo inteiro sente. E eu sinto tanta falta dela. Do carinho, da companhia, de ir fazer a unha e conversar miolo de pote, de passear, falar besteira, falar de coisa séria, escutar, contar, estar lá. Ainda vou preparar a minha voz mais sincera e dizer assim com meu coração falando em voz alta: "sei que hoje é difícil de acreditar, mas se precisar, pode contar comigo, sempre, para qualquer coisa, estarei aqui esperando de braços abertos, doida pra te dar um abraço apertado".

Independente do desenlace:
obrigada por ter me ensinado uma grande lição.

26.7.11

Está lançado o desafio.

Acabei de chegar em casa depois da minha segunda sessão de análise. Voltei com a mente alongada no tempo e no espaço, mas ainda Perdidinha da Silva. Esta tarde, fiz um esforço terrível e declarei coisas que eu jamais me imaginei ouvir falando em voz alta, ainda mais para aquela senhora fria, distante, que não pega na minha mão e mal me deseja um “boa tarde”. Ela fica lá, no extremo oposto da sala, impassível, semblante imutável, sentada na mesma posição durante uma hora sem fim, com aquela roupa meio cafona, escutando tudo, anotando coisas mil. Enquanto eu, no meu canto, me rasgo em palavras, transbordo sangue e tatuo tudo quanto é sentimento na testa, desde os mais dolorosos até os mais proibidos. Estou literalmente me virando ao avesso e espero finalmente chegar lá!

Onde? Isso é o que eu ainda não sei.