19.3.07

Origem.

Olha só que legal: ele é chileno.

18.3.07

Dia de casamento.

O padre falava português com um sotaque gostoso, não usava palavras rebuscadas e conseguia falar direto com o meu indisciplinado palpitante. Não fui capaz de decifrar a origem daquele orador simpático, talvez italiano ou até mesmo americano. Isso nem importava tanto, estava feliz de ele haver sido colocado ali na minha frente para bater um papinho comigo, acalmar meu espírito. Eu estava toda de verde, um verde encantado e perdido, apesar de preferir estar a dois e em cores. A cor que zombava de mim era a cor perfeita para aquele meu dia triste, dia que eu queria que desaparecesse no meio dos dias apagados, no meio daqueles tantos outros que perderam o charme. O padre gringo percebeu aquela minha aura sem luz, olhou para mim por alguns segundos, em silêncio profundo, e falou com delicadeza ao meu ouvido. Foi um sussurro quente, do tipo que dá um sopapo lá dentro e você finalmente é capaz de chorar a par do motivo; lágrimas doídas, cheias de verdades antes camufladas. Ele me confidenciou uma afirmativa simples: amor é cuidado. E só então fui capaz de enxergar que aquele foi o dia em que soltamos as mãos.

12.3.07

"Quando o amor vacila"

Eu sei que atrás deste universo de aparências,
das diferenças todas,
a esperança é preservada.

Nas xícaras sujas de ontem
o café de cada manhã é servido.
Mas existe uma palavra que não suporto ouvir,
e dela não me conformo.

Eu acredito em tudo,
mas eu quero você agora.

Eu te amo pelas tuas faltas,
pelo teu corpo marcado,
pelas tuas cicatrizes,
pelas tuas loucuras todas, minha vida.

Eu amo as tuas mãos,
mesmo que por causa delas
eu não saiba o que fazer das minhas.

Amo teu jogo triste.

As tuas roupas sujas
é aqui em casa que eu lavo.

Eu amo a tua alegria.

Mesmo fora de si,
eu te amo pela tua essência.
Até pelo que você poderia ter sido,
se a maré das circunstâncias
não tivesse te banhado
nas águas do equívoco.

Eu te amo nas horas infernais
e na vida sem tempo, quando,
sozinha, bordo mais uma toalha
de fim de semana.

Eu te amo pelas crianças e futuras rugas.

Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas
e pelos teus sonhos inúteis.

Amo teu sistema de vida e morte.

Eu te amo pelo que se repete
e que nunca é igual.

Eu te amo pelas tuas entradas,
saídas e bandeiras.

Eu te amo desde os teus pés
até o que te escapa.

Eu te amo de alma para alma.
E mais que as palavras,
ainda que seja através delas
que eu me defenda,
quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis,
quando o próprio amor
vacila.

* Autor desconhecido

11.3.07

Pequenas trilhas.

O jeito mesmo é ir escolhendo, exercitando o desapego e torcendo para não tropeçar em algum erro importuno ou decepção incontornável. Se acontecer, xinga um pouco e continua.

Uni duni tê, salamê minguê, e (por enquanto) eu escolho vo-cê.