25.8.09

In the privacy of our love.

Amor é calor. Ventilador de teto.
Já o frio, dormência. Ar-condicionado.

Você me olhou, por alguns instantes, vazio, distante, azul. Meu bem, eu congelei. Um frio desgraçado se enfiou no meu estômago. Desconforto, desencaixe, pele seca, dura. Eu, o que foi? Você, nada. Nada? Beijo que incomoda, cócegas, cabelo no nariz, na boca, joelho no lugar errado. Nada? E a mão? Essa que não agarra mais na minha cintura. A língua que já não me consome, o corpo que permanece imóvel. Nada? Só posso ter esquecido. Mas onde, meu Deus? Hoje, minha boca sofre, tentando a todo custo relembrar em qual dessas noites ela abandonou a manha, aquele molejo só dela de te endoidecer.

Amanhã, vou me enfeitar de vermelho, carmim, escarlate.