27.9.09

Danúbio Azul

Desde a primavera passada, os dias dançam diferente, deslizam com a fluidez de um tempo sonhado. Lúcida(mente), o corpo reinventa o ponto de equlíbrio e a mão reescreve feliz a vida em dueto. As palavras rodopiam na ponta do lápis e tentam a todo custo registrar uma história flutuante. As letras saltitam inquietas incubidas da importante missão de escrever o balé mais azul, mas é no silêncio das nossas noites que tudo se explica em versos ritmados.

Meu amor, eu te escolho para dançar comigo todas as futuras valsas. No embalo da rotina diária, nos beijaremos no meio do salão. Todos do baile sorrindo em pensamento. Entendendo. Você é meu clímax e meu capítulo final. Minha tradição. Meu domingo. Minha trilogia onírica: meu desejo incontrolável, minha paixão shakespereana e meu amor de espírito. Eu já vinha te ensaiando há anos. Treinando, te arrodeando, preparando meu coração para entrar em cena, calçando a sapatilha certa. Agora, todo dia é dia de estreia.

Segura a minha mão e vamos juntos desvendar aos poucos a coreografia do nosso próximo ato. Borboletinhas no meu estômago.