30.3.09

Dica 2 de 6.

2. Respeitar os seus desejos.
A máquina de desejar do homem é muito frágil. Enguiça com muita facilidade. Se você me convidar para tomar um sorvete e eu digo "Ah, não quero não", é capaz de você desistir de tomar o sorvete. E este será um sorvete a menos na sua vida. Porque desejar é viver. O desejo é a fonte de toda saúde, de toda produtividade. Ele tem que ser cuidado, respeitado. O menor desejo de um homem deve ser atendido o mais depressa possível. Se contrariarmos muito alguém, por exemplo, obrigando-o a acordar todos os dias às 6 horas da manhã para ir trabalhar naquilo que não gosta, a máquina quebra. Depois de algum tempo, esse homem não deseja mais nada. E, não desejando, deseja o mal. Não deixe isso acontecer com você. Todo mundo tem que fazer o que gosta. Todo mundo tem que ganhar dinheiro no final do mês para pagar as contas. O Herói Moderno, o sábio, o gênio moderno, é aquele que consegue unir essas duas coisas. Esse deveria ter as suas mãos beijadas nas ruas.

* Domingos Oliveira, para a revista Bravo!

29.3.09

Chuchu em: Uma História de Amor

Um dia, a gente acorda decidida. Ô coisa maravilhosa é ser mulher, o sexo forte. Um dia, sem muita lógica cartesiana, a dor sentida passa e aí é tudo diferente. Nesse dia, a gente faz tudo certinho - viva nosso sexto sentido. Vai pros lugares certos, acompanhada das pessoas certas, age do jeito certo, anda certo, olha certo. No alvo. E foi num diazinho desses que apareceu o chuchu. Um dia certo.

Apareceu na altura certa, com a voz certa, o cabelo desarrumado do jeito certo, a doçura certa para mim, o olhar certíssimo. Sentou ali no chão do meu lado, acendeu um cigarro e eu, já que era um dia da-que-les, aproveitei e fiz questão de perguntar a coisa acertada:

- Seu aniversário é hoje mesmo?
- Não, é só segunda.
- Sério? O meu também.


Desde então, ele é meu chuchu.
(e não largo mais mão dele por nada nesse mundo)

22.3.09

entre dois sofistas pós-modernos

antes de começar, só uma coisinha:
nós é que somos falados pela língua e não o contrário, meu bem.


é muito engraçado como às vezes eu não sei o que espero das pessoas e muito menos o que espero que elas esperem de mim. engraçado nada, angustiante. tudo que é exposto fica parecendo que deveria ter sido dito de uma maneira diferente, usando outras palavras. mas não! o problema mesmo é que alguns de nós (não me excluindo do seleto grupo) sabem usar essas tais de palavras com o intuito claro de confundir. falam horrores para despertar o interesse daquele que andava cochilando pelos cantos e quando acordam o pobre-coitado não dizem mais quase nada além de umas poucas frases soltas. contam assim como quem nem faz questão de contar. só para gerar aquela duvidazinha malvada. será que a pessoa realmente não se importa mais? ou é só para maltratar? será que é só para dizer sem precisar gritar:

QUER MAIS?!?
pois vem pegar que eu não dou mais na boca não, ba-by.


"depois que você me acordou, tentar dormir de novo está quase impossível", mas como ainda é só uma dúvida, fica tudo no plano da ponderação e ação que é bom, nada. nadica de nada. às vezes, acho que é uma verdadeira pena, já outras, pra falar a verdade, nem sei.

20.3.09

Do momento imóvel fez-se o drama.

O drama normalmente decide fazer-se presente quando está indo tudo bem, ou tudo lindo, como dizem por aí. No momento mais improvável, o problema ganha corpo, nome, idade, sexo, estado civil, endereço e, nos dias de hoje, até um perfil no orkut. Mas dessa vez, e pela primeira vez (ando passando por sérias reformas internas), eu decidi segurar as pontas, os lados, as linhas e entrelinhas. Engoli quase todas as mil perguntas, calei as inquietações infantis e lutei bravamente contra meus impulsos mais irracionais, mesmo que estes ainda continuem sendo, na minha opinião de boa libriana, os mais deliciosos.

(Abre parênteses)
Não há nada mais irresistível do que o momento de tensão preso entre o suspiro que segura uma palavra à outra, pronunciadas devagar e ao seu ouvido. Palavras que normalmente encontram-se imersas num diálogo onde não se dá atenção ao conteúdo mas apenas à movimentação dos corpos envolvidos. Dois seres que almejam a colisão.

O alfabeto torna-se responsável pelo destino dado a quase uma vida inteira. Onde eu enfio essa próxima letra? Deixo-a lá ou trago-a para dentro de mim? Se faço isso, ela irá viver sem ser pronunciada, sem cumprir sua função básica de palavra. Milhões de outras a seguirão a fim de insistir no impossível, explicar o motivo do mergulho, do êxtase.

Depois de escolher o caminho das palavras, depois de sugá-las com a força de quem deseja o choque, a triste descoberta é inevitavelmente feita: o que muitas delas significam para mim é cruelmente menos do que o que eu desejava. A partir daí, todas as sílabas pronunciadas, com ou sem cuidado, passam a ganhar mais força e importância que o abraço e o beijo. Ah, e como era bom, o beijo.

Pronto. A tragédia está instalada.
(Fecha parênteses)

14.3.09

contatos imeioulísticos

a-do-ro! e o de hoje deixou meu sábado "mega-charmoso",
como eles dizem pras bandas de lá.

é uma coisa louca-ca,
essa coisa de não entender o que diabos é esse negócio.
e viva 2012, um ano que um dia há de chegar.

serão 31 primaveras. 3-1=2.
uma boa idade, não?

beijoemeliga.

13.3.09

sobre o ciúme

é ele! com certeza, é ele.
o grande culpado por essa coceirinha desagradável.
aí, minha amiga, controla dali, segura daqui, aperta de lá, de acolá,
e a gente vai levando, a gente vai levando,
a gente vai levando essa manha. lá, lá ri, lá lá...

(só pode ser manha)
(mas, na real, manow, espero que ela seja baixa, gorda e fedorenta)
(aí em cima, não me culpe. culpa dela, maldita coceirinha)

7.3.09

o ponto de partida

[aqui, falo de mim]
um coração partido dói em silêncio profundo,
dilacera e impõe um tipo estranho de ponto final: "."

aí, já viu, né? inevitável.
uma coisinha linda e sem nome, lá dentro, morre.
:: babe, try, try just a little bit harder