20.11.09

Eu tô na minha.

Eu, que sou apenas um punhado de amor em forma de corpo, fico paralisada no meio do conflito. Despida no meio da guerra. Sua raiva turva me desconcerta profundamente. Seu desequilíbrio e sua inveja doente enebriam minha audição, cegam meu paladar. Me derramo toda no chão; feito Leite, escorro. Socorro. Seco toda. Evaporo. Pingo. Choro. Soluço. Depois, me aprumo. Coloco uma flor no cabelo, uma corzinha na boca e sigo balançando feito uma canção de amor, com gosto de domingo. Pode até insistir em mudar minha trilha sonora, mas a música que embala meus dias, minhas noites, meus sonhos, minhas dores, meus amores, sardas e cabelos brancos é só minha. Um dia desses, ainda canto ela todinha pra você.

Por enquanto, meu bem, eu tô na minha.