14.6.11

sobre meu abuso

Ando tão sem tema, tão sem drama. Parece mesmo que um certo sofrimento alimenta minha rotina de escrita. Nessas horas, só lembro do Proust, coitado, que passou anos trancafiado dentro de casa, choromingando em busca do tempo perdido, morreu e deu no que deu, uma obra prima. Enquanto hoje, os que vivem de romance, céu azul e palestras milionárias só saem em paperback, nada de folhas com bordas douradas ou uma lombadinha quadrada que seja.   

Insisti! Estava obstinada a não desistir das entrelinhas. Não que eu quisesse alcançar um status "proustiano", mas pelo menos almejava seguir alimentando estas minhas paredes. Procurei, procurei com gosto, até que finalmente encontrei um espinho.

Mas ô bichinho pra incomodar.

Vamos logo dando nome aos bois, aqui eu falo do tal do abuso. Olha que eu não sou de abusar muito, mas em relação a você, você e você, babes, ele é indomável. Abuso Mor. Daqueles que dá vontade de fazer carinha de nojinho - tudo no diminutivo mesmo - e bodejar algumas poucas palavrinhas que peguem mesmo nos seus calinhos, os quais eu conheço melhor do que eu gostaria. Felizmente, minha educação católica zen budista não permite.

Moral da história:
Se for pra falar disso, prefiro ficar sem escrever por mais um tempo. 

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