15.5.10

Medéia

Um símbolo feminino cruel, chocante, bizarro, mas ainda assim real, atual. Uma mulher que ama. Enlouquece, trai e mata por amor. Este mito foi sempre um dos que mais me intrigou, apesar do certo asco que me causa. A história segue mais ou menos assim:

O herói, Jasão, chega na cidade onde Medéia mora, Cólquida, decidido a tomar para si o tal do velocino de ouro. Basicamente, o velocino era a lã de ouro do carneiro alado Crisómalo, um símbolo sagrado. Medéia faz tudo para ajudar Jasão a conquistar o tesouro desejado. Tudo, tudo. Tudo. Acaba roubando o velocino para Jasão e fugindo com o amado. Pensando na fuga dos dois, Medéia decide levar o irmão com eles. No caminho, mata-o e despedaça-o, assim a sangue frio mesmo. Deixa o irmão em picadinhos. Depois, vai jogando pouco a pouco os restos mortais pelo caminho. Sabia que seu pai, que tentaria alcançá-los, teria que recolher cada pedaçinho do corpo do filho para lhe dar uma sepultura merecida. A macabra da Medéia consegue fugir com Jasão e os dois seguem para Corinto. Lá, passa-se algum tempo e ela chega a ter dois filhos com o louco amor. Mas a sua felicidade é breve. O Rei Creonte, sabe-se lá por qual motivo, implica com a louca da Medéia e convence Jasão a repudiá-la e a casar-se com sua filha, a Creúsa. Coitada da pobre da Creúsa. Ló-gi-co: morre envenenada pela doida. Medéia, irada, possuída de toda a raiva do mundo, de forma fria e premeditada, resolve, então, vingar-se ainda mais de Jasão. Carregada de amor e ódio, mata os dois filhos que teve com ele. Depois do infanticídio, Medéia foge para Atenas. Lá, casa-se com o Rei Egeu, com quem tem um filho. Esse filho, ela batiza de Medo.

"A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata." V. Woolf

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