7.3.10

sem título

Foi um dia de um peso imenso. Quilos e mais quilos de uma teia de palavras guardadas. Boiando ali, na água escura do rio, tomando a forma daquela espuma, daquela náusea. Amar(ela). Era um baião de letras, escolhidas a dedo por alguém que não eu. Brincavam de formar sentenças, apunhalavam e divertiam-se em abrir feridas. O desejo era mudo. Clamavam: nunca cicatrizem!

Ainda bem que meu espírito não desiste de acreditar em alegrias explosivas. Sobrevive através de breves olhares faiscantes e algumas poucas palavras bonitas. Acredita em tudo que sente antes mesmo de tocar, acredita no amor, na cura. Os dias pesados, não tenho dúvida, esses sempre existirão. A mágica, meu amor, está no poder de saber guiar lucidamente esses nossos humores no meio da loucura. O segredo é emergir o mais rápido possível do soluço profundo e mergulhar em suspiros demorados; um corpo noutro, mais nada.

"a dor é a única emoção que não usa máscara"
e "o perdão é uma decisão, assim como o amor"

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