11.4.12

sobre estar quase lá

a chuva chegando, vento, pescoço mole, cerveja quente, bateria arriando, e eu, quase lá. quase indo, quase aceitando, quase acreditando, quase sendo eu. dividida entre a reforma e a renúncia. é sempre: sigo em frente ou insisto no difícil que parece impossível? que parece que eu não mereço, que parece ser nunca. nunca lá, nunca adulta, nunca só, nunca feliz, nunca mãe, nunca mulher, nunca filha. sempre essa coisa menina. corre! fugir é deslumbrante, minha eterna tentação de desconhecida. de estranha, novata. mutante. de chegar do zero, do nada. folha em branco. ser outra pessoa em outro lugar, sempre igual. sempre bebendo vodka e red bull na aula de literatura, mas pensando no cigarro abaixo de zero. cadê você? a menina sumiu, medrosa, se escondeu. agora, só me resta eu.

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