13.6.10

Grama molhada

Hoje, pleno fim de domingo, quase meia-noite, lembrei que tinha esquecido no porta-malas do carro umas coisinhas que iria precisar ainda muito cedo no dia seguinte. Fiquei logo com preguiça, já era tarde. Quase que imediatamente, me imaginei tendo que fazer isso assim que acordasse e essa cena foi um pouco mais desagradável. Desci então, munida de todas as minhas chaves e toda a minha coragem, mas só quando abri a porta de casa foi que percebi, estava descalça. Fui. Mesmo. Assim. Me aventurei.

Meus pés sentiram logo a grama húmida, aquele molhado se metendo por entre cada dedo, uma verdadeira mágica da natureza, orvalho, negócio de condensação. Uma delícia. A primeira e única coisa que consegui pensar foi: no dia que tivermos a nossa grama, eu vou fazer questão de andar descalça nela com você, de mãos dadas, no nosso quintal orvalhado. Não, não só andar, melhor, bem mais. No final do dia, iremos nos deitar, jogados de corpo inteiro, nessa grama encantada, fértil, mãe, olhar para cima e ter a breve certeza de que tudo está exatamente onde deveria estar. Em casa.

Paul, I think I'm gonna be a lousy wife. But don't be angry with me. I love you very much - and I'm very sexy!
Corie Bratter em "Barefoot in the Park", 1967

2 comentários:

kuroyAmaSUN disse...

sem palavras. eu sinto o amor da terra inteira lendo isso! carinho

Geraldo Brito (Dado) disse...

Muito interessante seu espaço.
Saudações e parabéns pelo blog!