6.10.06

06 + 10 + 06 = 1/4 x 100

Vinte e cinco anos foi tempo suficiente pra fazer tanta coisa bonita e ainda sobrou tempo pra algumas coisas absurdas. Só me arrependo das várias vezes que fingi não saber que era a hora certa de dizer que eu estava enganada. Mas nem esses momentos submersos em medo e orgulho me impediram de ver, ler e ouvir muito, andar infinito e conversar sobre o impossível.
Sabe o que eu já fiz?
Com certeza bem mais de trinta e quatro milhões de coisas. Já deitei de braços abertos na areia fria e laranja daquele deserto bonito olhando pra cima à procura de formas anômalas voadoras durante uma madrugada inteira, uma vez assisti a uma chuva de meteoros no meio de uma floresta bem longe das luzes da cidade enquanto escutava Dylan me falando pra não pensar duas vezes, em uma dessas tardes que ficam mais ou menos no meio da linha atual eu vi um polvo mudar de cor e textura com uma naturalidade invejável e usei o esqueleto de uma baleia como meu trono surreal, várias vezes tomei sorvete azul com aquele meu amigo alto demais enquanto andava despreocupada nas ruas daquela cidade muito antiga cantarolando músicas italianas felizes, uma noite assisti ao vivo àquela banda que nomeou um álbum de sujo e na mesma noite a filha da Gordon decidiu entrar no palco rodopiando de braços abertos e olhos fechados, fui responsável por aferir radiação, lavar tubos de ensaio e brincar com crianças, conheci um monte de gente legal e já também esqueci o nome de um monte de gente legal e há pouco tempo encontrei meu par no meio de várias pessoas que desconheciam a importância daquelas palmas.
Hoje, assim que acordei, escolhi vinte músicas especiais e salvei como a playlist do dia seis, li um e-mail lindo que falava de coisas fora do comum, acendi um incenso verde, bebi um copo de água bem gelado, escrevi isso e agora vou levantar da cama e começar a viver meu segundo quarto de século.
Vai ser tão bom.

4 comentários:

Anônimo disse...

E eu vou estar junto! =D

Anônimo disse...

Foi uma pena eu não ter estado ai com vc, e ter dado aquele abraço escondido, com sabor de carinho, no cantinho da escada.

É tão bom saber que você está bem, sorrindo, radiante como sempre. É bom saber que estar cercada por pessoas boas, bonitas por dentro. E saiba que é bom saber que vc vai voltar, e me contar as histórias mais loucas e divertidas do mundo.

Saudade das conversas de madrugada, de cigarros, de risadas e de varandas, infelizmente, não mais naquela varanda que eu chamava de nossa, mas tudo bem, em outra varanda qualquer ela será nossa de todo jeito.

As saudades são infinitas. (sim, no plural mesmo, pois uma saudade só já não é suficiente)

te adoro muito menina, mais do que pensava, que minhas lagrimas o digam.

Filipe Acácio.

Rafaela Leite disse...

amigo, sacanagem...
eu tinha prometido que não ia chorar.
te amo e a gente ainda tem muita varanda pela frente. e um monte de outras coisas que a gente nem sabe ainda.
você tá sempre aqui comigo, viu?
e viva o segundo quarto de século.
beijo!

Anônimo disse...

Três coisas sobre:

1º)não te conheço, nem mesmo você, talvez(!?)se conheça. Mas depois que te vi e te li, não paro de vir aqui e cada vez mais gostar.

2º)quando digo que não te conheço, não estou desconsiderando o tempo que convivemos, mas o pouco ou nada que conversamos e trocamos de idéias.

3º)ainda assim, te admiro a coragem, o desprendimento, o estilo e a beleza do teu pensamento escrito - mas sobretudo, adoro o amor que tens por ela (Déa)- parte de mim, mas inteira e diferente em tudo.

Felicidades, sempre, e que Deus te abençoe todos os minutos dos muitos anos que ainda lhe restam, e que certamente, te farão mais e mais feliz e consciente dos priviléguios que desfrutas.

Beijo da Mami da déa.